Teses - PPGEpi

Título:

Comportamento sedentário em adolescentes pertencentes à Coorte de Nascimentos de Pelotas, 1993: determinantes socioeconômicos e consequências para a saúde

Autor:

Grégore Iven MIelke

E-mail:

Área de concentração:

Epidemiologia

Orientador:

Pedro Curi Hallal

Banca examinadora:

Aluísio Barros, Daniel Umpierre e Felipe Reichert

Data da defesa:

16/03/2017

Palavras-chave:

Resumo:

O comportamento sedentário, definido por atividades na posição sentada e com baixo consumo energético, tem sido sugerido como um novo fator de risco para a saúde cardiovascular, independente da prática de atividades físicas. Entretanto, uma série de lacunas nesta área de conhecimento colocam em dúvida o quanto os efeitos negativos do comportamento sedentário são de fato ocasionados pelo excesso de tempo sentado e, o quanto tais efeitos são realmente independentes da prática de atividade física. Muito destas incertezas passam pela escassez de estudos prospectivos e provenientes de outros contextos socioeconômicos que não aqueles de países de renda alta. A Coorte de Nascimentos de 1993 oferece um importante espaço para estudar o comportamento sedentário tanto em termos de consequências para a saúde quanto em relação aos seus determinantes socioeconômicos, os quais também são importantes determinantes do estado de saúde ao longo da vida. A presente tese de doutorado investigou os determinantes socioeconômicos e as consequências para a saúde do comportamento sedentário em adolescentes. Um artigo de revisão sistemática e dois artigos originais com dados da Coorte de Nascimentos de 1993, Pelotas fazem parte da presente tese. No primeiro artigo foram investigados os determinantes socioeconômicos do comportamento sedentário por meio de uma revisão sistemática e meta-análise. Os achados deste revisão apontaram que indicadores socioeconômicos são importantes correlatos do comportamento sedentário em adolescentes, variando conforme os domínios do comportamento sedentário e, principalmente, renda do país onde o estudo foi desenvolvido. Em países de renda alta, menores indicadores socioeconômicos foram associados com mais tempo em comportamento sedentário, enquanto que em países de renda baixa e média o contrário foi verdadeiro. No segundo artigo, investigou-se a associação entre indicadores de posição socioeconômica e o tempo despendido em diferentes formas de comportamento sedentário ao longo da adolescência. Para isso, foram utilizados dados da Coorte de 1993. Os achados sugerem que a posição socioeconômica no nascimento é um importante determinante do tempo de computador e tempo total sedentário aos 18 anos. No terceiro artigo, foi investigada a associação entre comportamento sedentário, prática de atividade física aos 11, 15 e 18 anos com desfechos metabólicos aos 18 anos entre os participantes da Coorte de 1993. Os resultados desse artigo sugerem que, de forma geral, o tempo em comportamento sedentário esteve associado a piores desfechos de saúde, especialmente entre aqueles participantes inativos. Em conclusão, tanto o estudo de revisão sistemática de literatura quando os resultados da Coorte de 1993 de Pelotas, mostram que as características socioeconômicas são um importante aspecto a ser considerado na elaboração de intervenções para diminuição do comportamento sedentário. Além do mais, comportamento sedentário é um fator de risco para a saúde cardiovascular apenas para adolescentes que não praticam atividade física.