Teses - PPGEpi

Título:

Velocidade de onda de pulso e composição corporal nos adultos da coorte de 1982 – fatores precoces e contemporâneos

Autor:

Carolina Avila Vianna

E-mail:

caruvianna@hotmail.com

Área de concentração:

Epidemiologia do Ciclo Vital

Orientador:

Bernardo Lessa Horta

Banca examinadora:

Iná Santos, Maria Cristina Gonzales e Vera Freitas da Silveira

Data da defesa:

22/08/2016

Palavras-chave:

Coorte 1982; Obesidade; Composição Corporal; Velocidade de Onda de Pulso;

Resumo:

A “epidemia” da obesidade tem sido um importante problema de saúde pública nas últimas décadas e está fortemente relacionada com o desenvolvimento das doenças cardiovasculares (DCV). A obesidade aumenta o risco de desenvolvimento de hipertensão, diabetes mellitus e dislipidemia, bem como dificulta o controle destas doenças, criando um círculo vicioso que culmina com o aumento da mortalidade cardiovascular. Além destes fatores de risco tradicionais, pesquisas tem sido feitas para identificar marcadores precoces de risco cardiovascular. A rigidez arterial ocorre no processo aterosclerótico, que por sua vez é o principal mecanismo das DCV. A velocidade da onda de pulso arterial carotídea-femoral (VOP) é considerada o padrão-ouro para medir a rigidez arterial, além de ser um método não-invasivo, indolor e de fácil reprodutibilidade. Evidências sugerem que a VOP é um preditor de eventos cardiovasculares e têm sido associada com diversas patologias, como hipertensão, diabetes, doença renal e neurológica, bem como com a obesidade. Em 2012-2013 ocorreu o acompanhamento dos 30 anos da Coorte de Nascimentos de Pelotas de 1982. Todos os participantes foram procurados, sendo que 3701 (68% da coorte original) compareceram à clínica do Centro de Pesquisas e foram entrevistados e examinados. Em relação a VOP, obtivemos 1576 medidas válidas (42.6% dos entrevistados). A presente tese é composta por 3 artigos conforme regulamento do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas. No primeiro artigo analisamos fatores precoces, como condições de nascimento e nutrição infantil, e sua relação com a VOP aos 30 anos. Identificamos que o ganho de peso relativo após os 2 anos estava associado com VOP aos 30 anos, enquanto que o peso ao nascer e o crescimento nos dois primeiros anos não apresentou associação. Este achado sugere que o aumento de peso acima do esperado após os dois anos está associado com aumento de risco cardiovascular na idade adulta. Posteriormente, no segundo artigo, investigamos a relação entre as medidas de gordura corporal, como índice de massa corporal (IMC), circunferência da cintura (CC), gordura visceral, gordura abdominal subcutânea e massa gorda, e a VOP aos 30 anos. Dentre estas medidas, o IMC, a gordura visceral e a massa gorda apresentaram uma maior correlação com a VOP aos 30 anos, mesmo após controle para os potenciais fatores de confusão. Por último, realizamos uma revisão sistemática e meta-análise sobre obesidade (medida pelo IMC) e VOP. Apesar do pequeno número de estudos incluídos na meta-análise, os achados confirmaram que a VOP está positivamente associada com a obesidade.